Na sentença, o juiz declarou que o casal é “egocêntrico” e apresenta “traços distorcidos” de personalidade.
A sentença foi dada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Na decisão, a pena de prisão foi substituída pela prestação de serviços à comunidade e restrição temporária de direitos, como viajar ao exterior sem autorização judicial ou frequentar lugares como cassinos, leilões e lojas de luxo. O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso disse que vai recorrer e classificou a sentença de “absurda”.
A prisão do casal nos Estados Unidos ocorreu na chegada ao aeroporto de Miami. Os dólares estavam escondidos em uma Bíblia, na bagagem de Sonia, no casaco de Hernandes e na mochila do filho Gabriel. Condenados pela Justiça daquele país, os dois cumpriram pena em regime fechado e em prisão domiciliar. Voltaram ao Brasil em agosto deste ano.
Estevam e Sonia “eram sabedores de que carregavam consigo quantia superior ao permitido legalmente, tendo optado, pois, por lançar mão de mecanismos eficazes para ludibriar as autoridades competentes”, afirmou De Sanctis. “Tratando-se de líderes de uma ordem de caráter religioso, era de esperar conduta minimamente compatível com aquilo que pregam: a realização do bem de todas as pessoas, jamais agindo no interesse próprio ilícito”, acrescentou.
Na sentença, o juiz declarou que o casal é “egocêntrico” e apresenta “traços distorcidos” de personalidade. “(Eles) se desvinculam facilmente dos parâmetros sociais para satisfação de benefícios econômicos diretos. Surpreenderam a todos pelo comportamento delituoso inusitado. Não se lastreiam na preservação de valores da ética ou correção, apesar de professarem o Evangelho”, argumentou. De Sanctis pediu à Receita Federal uma investigação “mais acurada” sobre a Igreja Renascer e os seus líderes para conhecer o destino do dinheiro recolhido pela instituição.
 

